O meu depoimento será tão diferente, tantas quantas provas longas correr.
É difícil imaginar uma métrica para uma prova longa. Uma pode ser realizada em asfalto, com subidas e descidas. Outra, como um tapete, longa e leve. Por outras, montanhas escarpadas, onde a determinação falará mais alto e prevalecerá sobre todas as forças.
No caso da maratona de revezamento e solo 75km Bertioga-Maresias, confirmo: é preciso treino, determinação, planejamento estratégico, material e pessoal para o apoio, alimentos variados e compatíveis com os determinados pelo seu nutricionista, além de muita paciência.
Fica impossível realizar uma prova destas, sem ao menos ter-se condicionado por pelo menos seis meses, com trabalhos predominantes de resistência aeróbia, até pelo menos 40 quilômetros de uma só vez, trabalhos voltados para a resistência de força (técnica de corridas e saltos em plano e subidas), além dos corriqueiros 20 quilômetros por sessão e tantas sessões, quantas forem as horas de sono praticadas em conjunto com um número razoável de alimentação diária, pelo menos 6, que faça a parte de reposição nutricional, responsável pela recuperação de todo o esforço exigido pelos treinos.
No mais, a parte emocional deve ficar aprisionada dentro de um cofre, onde somente você sabe o segredo. Atenção, não soutá-lo até que cruze a linha de chegada.
Doze semanas de resistência de força, variando entre trabalhos planos e elevações.
Montanhas para elevar a sua autoestima, corridas longas e compatíveis com o seu nível de condicionamento físico, caso contrário, faça outras provas que não as longas muito longas.
A estratégia mais importante em se correndo ao lado da água do mar, principalmente no horário do aumento da maré, é sem dúvida, a troca de calçado, com o sistema FLOW (que permite vazar a água acumulada dentro deles, lembrando de lavar os pés, na ocasião da troca.
Evitar saltar demais as águas que deve-se passar, o que eleva o custo muscular para as provas longas. Neste caso, é melhor pisar um pouco, quando for pouca água e pisar de fato, tomando o cuidado para não entrar areia nos calçados. Calcular bem o desgaste perante a subida, e não correr desnecessariamente, subidas tão íngremes, que ao final da conta, poderá variar muito pouco entre 10 minutos o quilômetro e 8 minutos o quilômetro, que você economizaria aproximadamente 3 minutos e cansaria muito mais a sua musculatura já desgastada.
Todo este assunto poderá ser muito vago, em se tratando de pessoas com melhor nível de condicionamento físico, que realizam a mesma prova sem muito esforço.
No mais, corri tranquilo, sem muito desgaste, algumas dores, ocasionadas pelas noites mal dormidas, pela alta exigência de trabalho e outras tarefas, e que sem isso, não teria sentido em nossas vidas.
Somos humanos e devemos continuar a planejar em minúcias, para continuar como verdadeiros heróis para as novas gerações.
Boas corridas a todos.
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